Rio - Impedidos pela resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nº23.191/09, de fazer galhofa com os políticos, os humoristas gastaram um acumulado repertório de piadas sobre o assunto na tarde de ontem, em passeata que arrastou cerca de 600 pessoas pela orla, de Copacabana até o Leme.
O protesto teve ares de um verdadeiro ‘quem é quem’ do humor brasileiro, reunindo Sérgio Mallandro, Nelson Freitas, Castrinho,Marcius Melhem, Maurício Menezes, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho, Paulo Bonfá, Rey Biannchi e integrantes dos programas ‘Casseta & Planeta’, ‘Pânico Na TV’ e ‘CQC’.
Os humoristas pediram a participação das pessoas em um abaixo-assinado, que será entregue ao ator Sérgio Mamberti, presidente da Funarte, que o encaminhará ao Ministério da Cultura para tentar reverter a situação no TSE. “Não sei se vai render algum resultado prático, mas a gente tinha que se posicionar”, declarou Sabrina Sato, do programa ‘Pânico’.
O decreto condena os que fizerem piada com políticos a pagarem multa que pode chegar a R$ 100 mil. No caso de reincidência, pode ultrapassar R$ 200 mil. Segundo o TSE, as vedações estão previstas na Lei 9.504/97, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República.
A determinação mexeu com o humor dos comediantes, que sempre tiveram na política um manancial inesgotável de piadas. “Queremos exterminar qualquer resquício de censura que ainda exista. Isso lembra a ditadura”, disse Fabio Porchat, um dos idealizadores da passeata.
Comediantes pedem para ‘sacanear’ os políticos
Com nariz de palhaço, fita crepe na boca e empunhando faixas onde se lia ‘Censura? Não ri, não, que o negócio é sério’ e ‘Humor Sem Censura’, os protagonistas do manifesto conclamavam a população a gritar palavras de ordem, como “um, dois, três, quatro cinco, mil, queremos sacanear os políticos do Brasil”.
As piadas só ficavam de lado na hora de os humoristas fazerem valer sua grita. “Cada vez que um ato de censura desses acontece, a democracia perde”, classificou o ‘Casseta’ Claudio Manoel.
Bruno Mazzeo fez coro: “Humor com censura é sem graça. Humor sem censura é necessário”, decretou.
Para Sérgio Mallandro, a lei é “a maior furada”: “O povo gosta de ver a gente zoar os políticos. Não se pode impedir as pessoas de rir”.
Fonte:O Dia
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