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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fora de condições ideais, Brasil faz 1º teste


Com jogadores-chave ainda em fase de fortalecimento muscular, time de Dunga disputa amistoso patrocinado por governante africano.

Os jogadores ainda estão em processo de recondicionamento físico, após uma breve folga com o fim da temporada europeia. Outros estão em fase de fortalecimento muscular. O adversário é irrelevante no cenário internacional e joguete do presidente-ditador local, Robert Mugabe, que controla o país há 30 anos.

Nesse cenário, a seleção brasileira faz contra o Zimbábue, às 10h30 (horário de Brasília), seu primeiro amistoso na fase de preparação para a Copa do Mundo. O iG acompanha a partida que acontece em Harare, capital do país africano, em Tempo Real. No próximo domingo, será a vez do Brasil enfrentar a Tanzânia, também na casa do adversário.

Entre o desconhecimento dos jogadores brasileiros sobre o adversário e sua qualidade, o técnico Dunga foi quem melhor sintetizou a situação. "Queríamos equipes diferentes, pelo menos uma, mas não foi possível já que existem situações que dificultam", afirmou o treinador.

Será a primeira vez que Dunga testará a provável formação titular da Copa do Mundo. A numeração das camisas, indício de qual será a formação a iniciar os jogos, foi entregue à Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) na terça-feira. Tomando por base a lista e os treinos realizados na África do Sul, Michel Bastos e Elano entram na lateral-esquerda e no meio-campo, respectivamente.

Assim, o Brasil joga em Harare com Júlio César; Maicon, Juan, Lúcio e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano.

Há expectativa sobre o rendimento de Kaká na partida. O jogador do Real Madrid sofreu com lesões durante toda a temporada e segue uma rotina extra de treinos para estar pronto até a estréia no Mundial, em 15 de junho, contra a Coreia do Norte. "Ele estará 100% para nos ajudar", acredita Elano.

Para o Zimbábue, a partida é um marco histórico. "É o maior evento esportivo já realizado aqui", afirma Oliver Mandipaka, porta-voz da polícia zimbabuana que, assim como quase tudo no país, é controlada com mão-de-ferro pelo ditador Mugabe.

Foi o Ministério do Turismo do governo do ditador que, segundo o jornal "Folha de S. Paulo", se dispôs a pagar à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a cota de US$ 1,3 milhão para enfrentar o time de Dunga em seu território.

Arranhado politicamente, Mugabe decretou ponto facultativo do funcionalismo público na esperança de encher o estádio Nacional de Harare, que comporta 60 mil pessoas. A organização subsidiou os ingressos, mas mesmo o preço mais baixo - US$ 10 - é proibitivo para os padrões da população local.

A CBF procura ficar à parte da questão política. O diretor de comunicação Rodrigo Paiva aponta que a entidade, embora esteja sendo paga pelo governo zimbabuano, vê o jogo com o mesmo caráter humanitário que a partida disputada no Haiti, em 2004. Os jogadores acompanham o discurso.

"Sei que é um país com muitas brigas, muitos assassinatos. É uma oportunidade de levar um pouco de alegria a um povo tão sofrido", afirmou o volante Felipe Melo.

A falta de conhecimento dos jogadores não se limita à política do Zimbábue. Robinho, por exemplo, nem sequer lembrava ao certo qual era o nome do adversário. “Como é mesmo? Zimbábue, né?”, disse o jogador do Santos, que já teve num rival desta quarta um colega de time da Inglaterra, o atacante Benjani Mwaruwari, que foi seu companheiro de equipe no Manchester City.

Comprado pelo City por um valor equivalente a mais de R$ 10 milhões em 2008, Mwaruwari é, pelo menos no papel, o principal jogador de uma seleção que defende uma invencibilidade de 15 partidas e quase quatro anos jogando em casa, mas que, ao mesmo tempo, ocupa apenas a 110ª posição no ranking da Fifa e foi muito mal nas eliminatórias africanas para a Copa.

Sorteada no grupo B das eliminatórias ao lado de Guiné, Quênia e Namíbia, a seleção zimbabuana conseguiu apenas uma vitória e três empates em seis jogos e, com seis pontos, terminou na terceira posição e não avançou sequer à fase final da disputa pelas cinco vagas do continente no Mundial.

Apesar da falta de nomes conhecidos e de tradição - o Zimbábue nunca disputou uma Copa do Mundo e só esteve presente em duas edições da Copa Africana de Nações -, o adversário do Brasil promete lutar para dar trabalho à seleção de Dunga.

“É uma partida importante para mim como técnico e também para os jogadores, porque é a oportunidade de uma vida. Além disso, poderemos demonstrar ao Brasil que podemos jogar contra eles e que sabemos jogar. Sabemos que esse é o melhor time do mundo, mas qualquer coisa pode acontecer. O importante é fazer uma marcação firme”, disse o treinador zimbabuano, Norman Mapeza.

FICHA TÉCNICA
ZIMBÁBUE X BRASIL

Data: 02/06/2010, quarta-feira
Horário: 10h30 (horário de Brasília)
Local: estádio Nacional, em Harare (Zimbábue)
Árbitro: Abdul Basit Ebrahim (África do Sul)
Auxiliares: Somi Luyanda e Rezeers Andren (ambos da África do Sul)

ZIMBÁBUE: Sibanda; Mapenpa, Markowese, Mwanjali e Djambo; Nengomashe, Ashaley, Quincy e Owidiy; Benjani Mwaruwari e Knowleose
Técnico: Norman Mapeza

BRASIL: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano
Técnico: Dunga
Fonte:IG

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