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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Funeral de Kim Jong-il gera atrito entre Coreias

O primeiro atrito envolvendo as duas Coreias após a morte de Kim Jong-il registou-se hoje, depois de Pyongyang se mostrar disposta a aceitar as delegações de condolência do país vizinho, enquanto Seul manteve a posição de não autorizar estas viagens ao Norte. 


A cinco dias do funeral que encerrará outro capítulo da história do país comunista, Pyongyang afirmou através do site estatal Uriminzokkiri que receberá todas as delegações sul-coreanas que desejem atravessar a fronteira para participar na cerimónia e criticou duramente as restrições imposta pela Coreia do Sul. 

Mesmo com as críticas, o ministro da Unificação sul-coreano, Yu Woo-ik, que desde agosto impulsiona políticas mais conciliadoras em direção ao país comunista, confirmou que a Coreia do Sul deverá autorizar apenas as duas delegações que já estavam confirmadas anteriormente. 

Para evitar que os respetivos cidadãos tenham contato com o vizinho comunista, Seul aprovou a viagem de apenas dois grupos, os quais serão liderados pela ex-primeira-dama Lee Hee-ho, viúva do ex-presidente e Prémio Nobel da Paz sul-coreano Kim Dae-jung, e a presidente do grupo Hyundai, Hyun Jeong-eun. 

Isto porque, há anos, a Coreia do Norte também enviou comitivas à Coreia do Sul para acompanhar o funeral de Kim Dae-jung e também do ex-presidente da Hyundai, Chung Mong-hun, protagonistas no plano político e económico, respectivamente, dos anos de reconciliação intercoreana no começo da década passada. 

A Coreia do Norte, que considera uma ofensa essa «autorização seletiva» do Governo conservador sul-coreano, advertiu que as relações entre as duas Coreias «poderiam piorar» se Seul proibisse que os seus cidadãos fossem em direção ao Norte para expressar as suas condolências. 

Além de reprovar a posição do país vizinho, a Coreia do Norte também declarou que Seul deveria enviar uma delegação oficial, o que não foi respeitado quando morreu o fundador do regime Kim Il-sung em 1994. Pyongyang ainda advertiu que este episódio poderá gerar grandes consequências. 

À margem desta disputa, a imprensa sul-coreana também procurou na internet membros da família que desde 1948 governa o estado comunista mais ortodoxo e hermético do mundo, numa tentativa de saber sobre quem poderia estar presente no funeral de Kim Jong-il junto ao seu sucessor, Kim Jong-un. 

Apesar de o funeral de Kim Jong-il ser o tema mais discutido na imprensa sul-coreana, outro assunto também ganhou destaque nestes últimos dias: Kim Yeo-jong, de 24 anos, irmã menor de Kim Jong-un. A filha do falecido ditador poderia ser a pessoa que aparece junto a Jong-un em várias imagens do velório do «querido líder».Segundo a imprensa sul-coreana, esta mulher poderia trabalhar no influente departamento de organização do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. 

Se for confirmado que se trata realmente da filha de Kim Jong-il, essa seria a primeira aparição em público de uma jovem que no futuro poderia ocupar uma posição privilegiada na máquina de estado da Coreia do Norte, o país onde quase tudo é tratado com sigilo. 

Outro que não deve aparecer no funeral do «querido líder» é Kim Jong-nam, filho mais velho de Kim Jong-il, que perdeu há anos o favor paterno. 

A suposta página de Facebook do primogénito do ditador, que foi surpreendido há alguns anos a tentar entrar no Japão com um passaporte falso para visitar a Disney, exibia esta semana insultos ao sucessor Kim Jong-un.


A imprensa também descarta a presença do filho de Kim Jong-nam e neto do falecido líder, o adolescente Kim Han-sol, que possui o cabelo tingido nas imagens do seu perfil na rede social, onde teria postado frases que indicam a sua preferência pela democracia. 

Outro que também não tem a presença confirmada é Kim Pyong-il, irmão do falecido líder, que há décadas atrás poderia ter assumido a liderança do regime e que, supostamente, foi enviado à Europa para evitar uma luta interna. O mais provável é que Pyong-il fique na Polónia, onde é embaixador. 

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