Foi anunciado agora há pouco o destino das três unidades de saúde instaladas no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. O prefeito João da Costa acaba de dizer que o terreno da Santa Casa de Misericórdia não será mais um shopping center. O anúncio foi feito na apresentação da Semana do Meio Ambiente, no Parque da Jaqueira, nesta sexta-feira pela manhã (4). O terreno foi desapropriado e um parque público será criado onde hoje funciona o Hospital da Tamarineira.
Entenda o caso.
No dia 22 de fevereiro, a Santa Casa de Misericórdia convocou coletiva de imprensa para divulgar a intenção de transformar a área onde hoje funciona o Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, o Hospital Infanil Helena Moura e o Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação de Alcoolismo em um centro comercial. O empreendimento com 170 lojas sustentaria, no local, dois museus e um parque ambiental temático.
O contrato entre a Santa Casa e a empresa Realesis, do grupo BVA, também responsável pelo shopping Paço Alfândega, foi de arrendamento durante 50 ano. Segundo a irmandade lhe foram adiantados R$ 1 milhão. Por mês, a empresa pagaria um aluguel de, no mínimo, R$ 130 mil, que poderia chegar a R$ 180 mil.
O Projeto Tamarineira, como foi chamado, previa além de shopping, um parque ambiental temático e dois museus com exposição permanente. Na proposta arquitetônica um museu é o do Inconsciente, uma homenagem ao médico que dá nome ao hospital,Ulysses Pernambucano, e conteria material sobre psiquiatria e história do local. O outro, abordaria o tema da sustentabilidade. Setenta por cento do terreno era destinado à preservação do verde.
A empresa, estimou inicialmente investimentos em cerca de R$ 300 milhões , 4 mil operários trabalhando e 3 mil empregos diretos quando em funcionamento. A inauguração estava prevista para a Copa do Mundo de 2014, quando Recife será subsede do evento.
Repercussão
Logo no primeiro momento, diversas entidades se manifestaram em defesa do local, contrárias ao shopping. Questões relacionadas à saúde, meio ambiente e planejamento urbano foram lançadas e discutidas na Câmara Municipal e na Assembleia. O ex-governador Mendonça Filho enacabeçou uma ação popular contra o projeto que resultou no veto da Justiça, em caráter liminar, de qualquer construção na Tamarineira. O veto foi derrubado posteriormente.
Dentre os argumentos desfavoráveis ao negócio, esteve presente ao logo de todo o percurso, o questionamento sobre a propriedade do terreno por parte da Santa Casa. A historiadora e militante do grupo Amigos da Tamarineira, Virgínia Pernambucano de Melo, afirmou que "o Cartório de Registro de Imóveis do Primeiro Ofício em Pernambuco não conhece a Santa Casa de Misericórdia como proprietária do antigo Sítio da Tamarineira".
A Santa Casa respondeu e disse que sobre a dúvida da propriedade do terreno já tem dois processos no Segundo Cartório de Registro de Imóvel que comprovariam a propriedade.
Logo em seguida ao anúncio convocou reuniões com vereadores, deputados e senadores.
No sábado (13/03) pacientes, familiares e funcionários da unidade de saúde se uniram a diversas entidades, a políticos e moradores do bairro para criticar o arrendamento da área. A ação foi encabeçada pela associação Amigos da Tamarineira
Pré-decisão
Durante toda esta semana o prefeito do Recife esteve mobilizado para discutir o tema antes de anunciar sua decisão. Realizou no site da Prefeitura enquete sobre o assunto que teve como opção mais votada a manutenção das unidade de saúde com parque público. João da Costa se reuniu com a Associação Amigos da Tamarineira, com o Conselho Municipal de Meio ambiente e o Estadual de Cultura, com a Santa Casa de Misericórdia, e com a Realesis. Na última quarta-feira (2), o prefeito escutou o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e outras entidades médicas e, na quinta (3), depois de visitar o local, se reuniu com dez secretários para tomar sua decisão. Hoje, depois de 100 dias de polêmica, o prefeito deu seu veredicto.
A Santa Casa
De acordo com levantamento de agosto de 2009, a Santa Casa possui 237 imóveis para locação, 2.777 terrenos e pelo menos nove prédios. Contudo, a irmandade alega que, apesar da renda gerada pelo patrimônio, o dinheiro que entra mensalmente se reverte para obras assistenciais, dificultando o pagamento dos tributos.
No ano passado, acumulando débito de cerca de R$ 1 milhão em IPTU e taxa de limpeza pública, a Santa Casa de Misericórdia chegou a recorrer à Prefeitura do Recife para tentar negociar o pagamento. A dívida era uma das maiores preocupações do então recém-empossado arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Segundo o próprio arcebispo, o contrato foi assinado na gestão do seu antecessor, D.José Cardoso Sobrinho. Depois do início da polêmica, dom Fernando não falou mais sobre o caso.
Fonte:Blog do Jamildo
Entenda o caso.
No dia 22 de fevereiro, a Santa Casa de Misericórdia convocou coletiva de imprensa para divulgar a intenção de transformar a área onde hoje funciona o Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, o Hospital Infanil Helena Moura e o Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação de Alcoolismo em um centro comercial. O empreendimento com 170 lojas sustentaria, no local, dois museus e um parque ambiental temático.
O contrato entre a Santa Casa e a empresa Realesis, do grupo BVA, também responsável pelo shopping Paço Alfândega, foi de arrendamento durante 50 ano. Segundo a irmandade lhe foram adiantados R$ 1 milhão. Por mês, a empresa pagaria um aluguel de, no mínimo, R$ 130 mil, que poderia chegar a R$ 180 mil.
O Projeto Tamarineira, como foi chamado, previa além de shopping, um parque ambiental temático e dois museus com exposição permanente. Na proposta arquitetônica um museu é o do Inconsciente, uma homenagem ao médico que dá nome ao hospital,Ulysses Pernambucano, e conteria material sobre psiquiatria e história do local. O outro, abordaria o tema da sustentabilidade. Setenta por cento do terreno era destinado à preservação do verde.
A empresa, estimou inicialmente investimentos em cerca de R$ 300 milhões , 4 mil operários trabalhando e 3 mil empregos diretos quando em funcionamento. A inauguração estava prevista para a Copa do Mundo de 2014, quando Recife será subsede do evento.
Repercussão
Logo no primeiro momento, diversas entidades se manifestaram em defesa do local, contrárias ao shopping. Questões relacionadas à saúde, meio ambiente e planejamento urbano foram lançadas e discutidas na Câmara Municipal e na Assembleia. O ex-governador Mendonça Filho enacabeçou uma ação popular contra o projeto que resultou no veto da Justiça, em caráter liminar, de qualquer construção na Tamarineira. O veto foi derrubado posteriormente.
Dentre os argumentos desfavoráveis ao negócio, esteve presente ao logo de todo o percurso, o questionamento sobre a propriedade do terreno por parte da Santa Casa. A historiadora e militante do grupo Amigos da Tamarineira, Virgínia Pernambucano de Melo, afirmou que "o Cartório de Registro de Imóveis do Primeiro Ofício em Pernambuco não conhece a Santa Casa de Misericórdia como proprietária do antigo Sítio da Tamarineira".
A Santa Casa respondeu e disse que sobre a dúvida da propriedade do terreno já tem dois processos no Segundo Cartório de Registro de Imóvel que comprovariam a propriedade.
Logo em seguida ao anúncio convocou reuniões com vereadores, deputados e senadores.
No sábado (13/03) pacientes, familiares e funcionários da unidade de saúde se uniram a diversas entidades, a políticos e moradores do bairro para criticar o arrendamento da área. A ação foi encabeçada pela associação Amigos da Tamarineira
Pré-decisão
Durante toda esta semana o prefeito do Recife esteve mobilizado para discutir o tema antes de anunciar sua decisão. Realizou no site da Prefeitura enquete sobre o assunto que teve como opção mais votada a manutenção das unidade de saúde com parque público. João da Costa se reuniu com a Associação Amigos da Tamarineira, com o Conselho Municipal de Meio ambiente e o Estadual de Cultura, com a Santa Casa de Misericórdia, e com a Realesis. Na última quarta-feira (2), o prefeito escutou o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e outras entidades médicas e, na quinta (3), depois de visitar o local, se reuniu com dez secretários para tomar sua decisão. Hoje, depois de 100 dias de polêmica, o prefeito deu seu veredicto.
A Santa Casa
De acordo com levantamento de agosto de 2009, a Santa Casa possui 237 imóveis para locação, 2.777 terrenos e pelo menos nove prédios. Contudo, a irmandade alega que, apesar da renda gerada pelo patrimônio, o dinheiro que entra mensalmente se reverte para obras assistenciais, dificultando o pagamento dos tributos.
No ano passado, acumulando débito de cerca de R$ 1 milhão em IPTU e taxa de limpeza pública, a Santa Casa de Misericórdia chegou a recorrer à Prefeitura do Recife para tentar negociar o pagamento. A dívida era uma das maiores preocupações do então recém-empossado arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.
Segundo o próprio arcebispo, o contrato foi assinado na gestão do seu antecessor, D.José Cardoso Sobrinho. Depois do início da polêmica, dom Fernando não falou mais sobre o caso.
Fonte:Blog do Jamildo
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