Depois que o ex-prefeito do Rio, César Maia, decidiu candidatar-se a vereador no próximo ano como forma de ressuscitar o DEM na “cidade maravilhosa” e arrastar com os seus votos uma grande bancada, a cúpula nacional do partido passou a estimular lideranças de peso que estão fora do Congresso a fazerem o mesmo, inserindo nessa lista dois pernambucanos: Marco Maciel e Roberto Magalhães. Se eles fossem candidatos a vereador, ajudariam o partido e melhorariam o nível da Câmara do Recife.
No caso de Marco Maciel, ser candidato a vereador no Recife, após ter sido, sucessivamente, deputado estadual, federal, presidente da Câmara, governador, senador, ministro de estado e vice-presidente da República, não lhe diminuiria em nada. Até porque quem dá dimensão ao mandato é quem o exerce. Arthur Bernardes, após passar pela presidência da República, voltou para Minas Gerais para ser vereador em Belo Horizonte e nem por isso ficou menor perante à História do Brasil.
O problema é que Marco Maciel não quer mais ser candidato a nada por achar que já deu sua contribuição ao país nos diferentes cargos que ocupou. Contenta-se com a presidência do conselho político do DEM e a sua condição de ideólogo do partido. Isso lhe basta. Quanto a Roberto Magalhães, está rouco de dizer que quando foi eleito deputado federal em 2006 tomou a decisão de não disputar mais mandato eletivo a partir de 2010. Foi um divórcio amigável com a política. E ponto final.
Pra valer – De Ranilson Ramos, ontem, no stand da Secretaria de Agricultura do Parque de Exposições do Cordeiro: “Quem pensar que a candidatura do ministro Fernando Bezerra (a prefeito do Recife) é de brincadeira, vai quebrar a cara. Ele é profissional e só joga pesado”.
A saída – Caso assuma mesmo a candidatura à PCR, Fernando Bezerra sairá do Ministério da Integração Nacional em janeiro próximo, a contragosto da presidente Dilma, que está satisfeita com o desempenho dele. Se a vaga ficar com o PSB-PE, o substituto será Joaquim Francisco.
O símbolo – Agora, que está fora dos palanques, Roberto Magalhães está caminhando para se tornar em Pernambuco uma referência política, papel desempenhado até pouco tempo pelo ex-prefeito Pelópidas Silveira, que se dava bem com todo mundo e do ponto de vista ético dispensa comentários. Arraes, certa vez referindo-se a ele, disse: “Pelópidas está acima de todos nós”.
Que fazer? – A vereadora Marilia Arraes (PSB) gostaria que o candidato da Frente Popular a prefeito do Recife fosse João Paulo (PT) pela facilidade que ele teria de juntar todos os partidos. Mas acha difícil ele ser o escolhido por uma razão elementar: “O que o PT daria a João da Costa como compensação?” João da Costa é o atual prefeito, diz ela, e tirá-lo do páreo não é fácil.
Sudene 1 – Foi-se o tempo em que a Sudene a cada 30 dias se transformava literalmente na tribuna dos governadores do Nordeste. Ela começou a esvaziar-se após a implantação da “Nova República” e acabou sendo extinta pelo ex-presidente Fernando Henrique, sem choro nem vela.
Sudene 2 – Lula recriou a Sudene em seu primeiro mandato, mas só para dar uma satisfação aos nordestinos que se acostumaram a vê-la ao longo dos anos como um órgão emblemático para a região. Hoje, ela está vivendo apenas do passado. Falta-lhe força, recursos e poder de decisão.
Por que 64? – De repente, Sérgio Guerra (PSDB) resolveu fazer uma grande festa no Recife para comemorar seus 64 anos, convidando de FHC a Eduardo Campos, passando por Aécio Neves e José Serra. Se fosse para festejar os 65, vá lá. Mas 64, e num dia de quinta-feira? Mas ele é especialista em marketing e acabou transformando um evento social num fato político.
Sem nível – Carlos Lupi é inteligente, mas não tem nível político para ser ministro. Prova disso foi sua desastrada declaração dizendo que só deixaria o ministério, “à bala”. Dilma achou que ele “se excedeu” e deu-lhe um puxão de orelhas. O prefeito José Queiroz (PDT), na véspera, teve esta mesma impressão.
O recado – Caso seja o candidato do PT à prefeitura do Recife e receba o apoio do PSB, João Paulo marchará com o candidato desse partido a governador, em 2014, seja ele quem for. É o que ele tem dito a pessoas próximas de Eduardo Campos com as quais tem conversado muito nos últimos 30 dias.
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