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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Câmeras 3D chegam ao mercado para suprir falta de conteúdo para televisores


Sony, Fujifilm e Aiptek apresentam suas câmeras que fotografam e filmam em 3D em feira de imagem na cidade de São Paulo.

Os televisores 3D já estão no mercado, mas o que assistir neles se não há programação na TV paga e apenas três títulos de filmes com a nova tecnologia? A solução das empresas é apostar em conteúdos produzidos pelo próprio usuário. Por conta disso, a feira PhotoImageBrazil, que acontece em São Paulo até quinta-feira (5), concentra lançamentos em filmadoras e máquinas fotográfica em terceira dimensão.

“O 3D é algo que não tem volta. É inexorável. Falta conteúdo para usar a TV 3D e a gente resolve isso com a câmera”, acredita Cleober Fazani, diretor comercial da Aiptek, empresa com sede em Taiwan que na feira apresentou uma filmadora 3D portátil.

A Aiptek i2 tem design parecido com a filmadora Full HD portátil da Kodak. Ela filma 3D com qualidade HD, assim como faz vídeos em 2D. As cenas podem ser vistas tanto na televisão 3D como no visor do aparelho, que usa tecnologia similar ao Nintendo 3DS.

O diferencial da câmera é que ela vem com um software que converte o formato 3D da TV para ser visto no computador com um óculos de lentes de cores diferentes (vermelho e azul), numa técnica conhecida como anáglifo. “Esse formato esta pronto para ser visto no YouTube 3D”, aponta Mauricio Borges, também diretor da Aiptek.

A câmera, que tem lançamento simultâneo no Brasil, Estados Unidos e Europa, deve chegar ao mercado até o final de agosto. O preço final é de R$ 1.799. Preço alto se confrontado com a qualidade da imagem, que está longe de ser parecida com a de câmeras 2D ou com o 3D do cinema.

A Sony, por outro lado, aposta em fotos panorâmicas 3D. A empresa colocará em outubro no mercado duas câmeras Cyber-shot 3D (modelos DSC-WX5 e DSC-TX9) e a NEX-3 3D, que custará R$ 1.999.

“Fazer 3D é fácil. Fazer com excelência é que é difícil”, defende Lúcio Pereira, gerente de Comunicação e Propaganda da Sony. O teste da foto panorâmica da NEX-3 revelou que a câmera não foi feita para cenas em movimento. Se alguém anda, a câmera não consegue sincronizar as imagens e o 3D se perde em algumas zonas da foto. O ideal é usar a câmera para cenas paradas, posadas e com diferentes planos.

“As câmeras resultam de uma forte demanda que sentimos dos consumidores. Eles querem produzir seus próprios conteúdos em 3D”, fala Carlos Paschoal, gerente geral de Digital Image da Sony. A empresa hoje lidera o segmento 3D, com jogos para Playstation e títulos de Blu-ray, como “Tá Chovendo Hambúrguer”. As câmeras pessoais são um passo natural, uma vez que a empresa já vende o televisor em terceira dimensão.

A Fujifilm e a Panasonic são mais cautelosas. A primeira venderá em dezembro o modelo 3D W1, que fotografa e filma em 3D. As fotos são de 10 megapixels e o visor da câmera também é em 3D, embora misture cores e lembre mais uma holografia de figurinhas. O preço não foi revelado pela empresa.

A Panasonic, por outro lado, trouxe para a feira o seu recém lançado adaptador de câmera para filmar em 3D. No entanto, não pretende lançar o produto no Brasil tão cedo. A própria TV 3D da marca só chega ao país em dezembro. “As empresas têm segurado os lançamentos pela falta de conteúdo. Estamos fazendo isso para não frustrar o consumidor”, diz Alessandro Batista, analista de produto da Panasonic.

O adaptador 3D da Panasonic será vendido este mês no Japão por US$ 2 mil. Aqui, ressalta Batista, precisarão ser feitos estudos para analisar o preço e a viabilidade do produto.

Se as duas marcas anteriores são cautelosas, a Nikon, por exemplo, está alheia da onda do 3D. Voltada para profissionais, a empresa não tem nenhum lançamento 3D e nem planeja algo do tipo tão cedo.

“O 3D é para o aventureiro. O profissional não vai se interessar por isso. O 3D é para você brincar”, diz Philippe Albert Rouchou, gerente comercial da Nikon. Crítico da qualidade das câmeras na nova tecnologia, o executivo reforça a posição da marca: “O 3D não entrou e nem sei se vai entrar no nosso catálogo”.

Importação
O mercado de filmadoras e câmeras fotográficas pessoais está em expansão no Brasil. Segundo a consultoria GFK, 130 milhões de unidades foram fabricadas no Brasil em 2009. Outro dado mais recente é que câmeras de 12 megapixels já representam 42% do mercado.

Perguntados sobre a nova regra da Receita Federal, que não cobrará impostos nas câmeras fotográficas pessoais, os fabricantes, de modo geral, não se mostram preocupados. Carlos Paschoal, da Sony, diz que o impacto será de 10 mil produtos a menos dos quatro milhões que devem ser comercializados no país.

“Vai ter impacto. Mas isso [trazer produto de fora do país] já é algo muito comum. Só aquele mais conservador que tinha medo de trazer, vai começar a comprar a câmera lá fora. Mas não chega a ser ameaçador”, afirma Alessandro Batista, analista da Panasonic.

Trabalhando com câmeras mais caras, a Nikon é mais receosa. O modelo profissional D700 de 12.1 megapixels sai por US$ 2.398 (R$ 4.215) nos Estados Unidos e no Brasil é vendida por R$ 17 mil. Rouchou acredita que quem trouxer pode vir a ser barrado na alfândega por conta do tamanho do produto. O gerente comercial espera que as vendas por aqui não caiam por um único motivo: produtos comprados fora do país não têm garantia.

Serviço
PhotoImageBrazil
Data: 3 a 5 de agosto
Horário: 14 às 21 horas
Local: Expo Center Norte – Pavilhão branco e verde. R. José Bernardo Pinto, 333. Vila Guilherme.
Informações de ingresso pelo site: ww.photoimagebrazil.com.br

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