Coluna da terça-feira do Magno

Humberto pisou na bola O senador Humberto Costa cometeu um ato falho ou precipitado ao delegar ao prefeito João da Costa (PT) a condução do processo sucessório no Recife. Diferentemente do governador Eduardo Campos (PSB), que conduziu sua reeleição em céu de brigadeiro, ou seja, não tinha na ocasião nenhum tipo de aresta ou restrição dentro da Frente Popular, o prefeito conta com três partidos refratórios ao seu nome – PTB, PP e PDT. Mais do que isso, perdeu há muito tempo a interlocução com a principal liderança petista no Estado, João Paulo, seu ex-padrinho, com quem rompeu antes mesmo de tomar posse. Condutor de processo é alguém que não é parte interessada e, portanto, respaldado para uma negociação sem contestação. Como João da Costa é candidato à reeleição, não pode aceitar que outro nome do partido ou da Frente entre no debate. Ninguém cava a própria sepultura. João vai trabalhar por ele, ninguém a mais.  A sugestão de Humberto já gerou reações, como a de Armando Monteiro Neto, que, ontem, em entrevista ao Frente a Frente, voltou a reafirmar que continuará defendendo a tese de múltiplas candidaturas. E o senador está muito a vontade para insistir nessa pregação, até pela posição de independência. O PTB, partido que lidera no Estado, se distanciou de Costa, entregou cargos e tem feito críticas ao modelo de gestão adotado por ele. Merece respeito. DIFICULDADES – O próprio Humberto, que ontem também falou no Frente a Frente, admite que João da Costa sofre restrições de três partidos e terá grandes dificuldades para reabrir uma negociação com o ex-prefeito João Paulo. “Mas, a condução do processo tem que ser dele”, disse, adiantando que o PT entende que João tem todo o direito de disputar a reeleição, mas também a obrigação de construir a unidade da Frente em torno do seu nome. O pulo de João Paulo -  O que se ouve nos bastidores é que o ex-prefeito João Paulo está avaliando a alternativa de apoiar a candidatura de um trabalhista a prefeito do Recife. Armando teria duas opções – Silvio Costa Filho, que tem se movimentado. E o vereador Antônio Luiz Neto, que deu o título estadual ao Santa Cruz e levou o time à série C.  Protesto no sertão - Petrolina será cenário, hoje, de uma grande manifestação. Promovida pela ONG Articulação do Semi-árido Brasileiro (ASA), visa denunciar as manobras da presidente Dilma para acabar com o programa “Um milhão de cisternas”, criado pelo ex-presidente Lula, para amenizar a falta de água no sertão. No lugar de cisternas de alvenaria, o sertanejo ganharia unidades de plástico. Dois bicudos - Não convidem o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e o ex-deputado Raul Jungmann (PPS) para jantar. Deixaram de falar a mesma lingua no bloco de oposição depois que o tucano lançou a candidatura de Daniel Coelho a prefeito do Recife. O pós-comunista diz que tinha a promessa de Guerra de que apoiaria seu projeto majoritário na capital. É pra valer -  Na confraternização que terá, hoje, com blogueiros e colunistas políticos, o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, João Fernando Coutinho (PSB), dirá que é mesmo para valer sua candidatura a prefeito de Jaboatão. E que a determinação é superior – leia-se governador Eduardo Campos, presidente nacional da legenda socialista. E já está em pré-campanha. CURTAS SUCATA – Embora seja locada, a frota da Polícia Militar virou verdadeiramente sucata. Se o Pacto pela Vida depender de carros novos e potentes para reduzir a criminalidade no Estado pode tirar o cavalinho da chuva. Não há uma só viatura em condições de circular com segurança. MUDANÇA– Em Exu, os vereadores elegeram Francisco José dos Santos, o Tico Mulato (PR), para presidir a Câmara Municipal no ano que vem. A eleição se dá a cada dois anos, mas o ex-presidente Cideni Marinheiro (PRB) renunciou, alegando problemas de ordem pessoal. PERGUNTAR NÃO OFENDE – O que João Paulo dirá sobre a sugestão de Humberto de fazer de João da Costa o coordenador da sua própria sucessão?