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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Nem tudo são flores em Pernambuco


Vivemos em Pernambuco um momento de crescimento e de desenvolvimento sócio-econômico.  Muitas pessoas estão tendo a oportunidade de mudança de vida, pois as expectativas são de fato muito favoráveis. Na verdade, as pessoas enxergam possibilidades reais de um novo estado, com empregos e condições de vida.

Mas, o grande momento também traz alguns cuidados, por exemplo, o grande número de trabalhadores advindo de outros estados residindo no entorno do Recife ou, em áreas da Região Metropolitana, e na sua maioria homens em busca de melhores condições de vida. Porém, em muitas situações as vagas no mercado de trabalho são de má qualidade. Em outras palavras: na contra mão da proposta que nós da CUT defendemos, ou seja, trabalho decente na sua totalidade com boas condições de exercer suas funções, podendo ter salário, alimentação, moradia, transporte, enfim, tudo o que garanta as necessidades básicas aos trabalhadores. Eles exercem suas atividades com dedicação, responsabilidade e compromisso, visando o desenvolvimento/crescimento das empresas, dos patrões ou até mesmo do Estado.

Hoje, na grande obra que é Suape, temos mais de 50 mil trabalhadores. Começamos a ver os resultados: mortes por causa do excessivo número de homens no mesmo espaço, além do envolvimento afetivo com mulheres jovens ou mesmo casadas. Fica complicado. Precisamos de mudanças urgentes na Região, pois existem famílias sendo destruídas, por causa do desenfreado desenvolvimento que não enxerga as reais necessidades dos trabalhadores e seus familiares.

Diariamente os problemas são muitos. As demandas se acumulam. Tivemos reuniões com o Governo do Estado, através do secretário Sileno Guedes, que ficou de nos dar respostas. No entanto, nada foi encaminhado. Aonde vamos parar? Já tivemos trabalhadores baleados, protestos, greves e temos que ver tudo isso de longe. Isso é que chamamos de democracia? O Estado precisa agir e garantir o direito aos trabalhadores de escolherem quem de fato devem representá-los.

Vivemos um momento de grande efervescência da economia onde todos ganham. E custo desse ganho para os nossos trabalhadores sofridos? Os salários precisam melhorar efetivamente, bem como as condições básicas de sobrevivência, enfim o Estado precisa assegurar o mínimo para que os trabalhadores pernambucanos possam viver dias melhores. Não só pelos programas desenvolvidos pelo Governo Federal e  implementados em nosso imenso País, mas com políticas publicas que atendam às necessidades e carências de todos (as).

Precisamos também de políticas publicas e sociais que garantam condições dos trabalhadores rurais permanecerem no campo produzindo alimentos, para por na mesa de cada brasileiro, porque o que estar posto hoje, não atende a esta necessidade de quem vive no campo em  nosso estado. Como diz o ditado popular: nem tudo são flores...

*Antônio Bernardino Filho (Sassá) é secretário de Organização e Política Sindical da CUT-PE

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