O recuo do IPCA em outubro foi sinal positivo aos brasileiros temerosos com a escalada da inflação, mas foi principalmente alento ao Banco Central, porque indicou que o ato de iniciar um ciclo de corte de juros em agosto – considerada então ação ousada demais por personalidades do mercado financeiro – comprovou-se plausível e, por enquanto, certeira. O cenário traçado pelo BC foi de que a crise europeia faria a economia desacelerar e, por consequência, a inflação perderia fôlego.
Com a divulgação do IPCA de outubro ontem, a inflação acumulada em 12 meses finalmente recuou, depois de longa escalada até chegar ao pico de 7,31% em setembro. Até outubro foi de 6,97%, comprovando a previsão do Banco Central de que, até o fim do ano, esse índice encolheria. A expectativa do BC, agora com probabilidade maior, é de que o IPCA encerre o ano em até 6,5% - abaixo, portanto, do topo da meta de inflação do governo.
Comprovada pelo menos a tese de que a inflação acumulada recuaria – e até agravada pela deterioração da crise na Europa, que hoje vê uma situação perigosa principalmente na Grécia e na Itália – o presidente do BC, Alexandre Tombini, reforça sua posição de destaque na Esplanada dos Ministérios, galgada principalmente pela confiança crescente da presidenta Dilma Rousseff – com quem mantém contato praticamente constante, apesar da discrição de ambos.
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