Sobre a saudade que Luiz Inácio deixará
Do ponto de vista da simbologia, foi muito importante para o presidente Lula ter vindo ontem a Pernambuco para fazer as suas despedidas como chefe de governo e chefe de Estado. Ele foi um parceiro extraordinário do governador Eduardo Campos, ajudando a trazer para o nosso Estado empreendimentos que eram pleiteados há 50 anos como a refinaria Abreu e Lima, o estaleiro Atlântico Sul, uma montadora de automóveis e uma siderúrgica. Tudo isso foi conquistado no espaço de apenas quatro anos.
Essa parceira foi tão proveitosa para Pernambuco que dificilmente outro governador vai querer briga com o Palácio do Planalto. Em passado recente, Roberto Magalhães se desentendeu com o general João Figueiredo por ter negado apoio a Paulo Maluf para ser presidente da República, Miguel Arraes rompeu com José Sarney, e Joaquim Francisco com Fernando Collor. O gesto de Joaquim foi compreensível porque o rompimento se deu por questões éticas. A dos outros, por questões políticas.
O governador Eduardo Campos recorreu ao poeta popular Antonio Pereira para assinalar na agenda de Lula a saudade que sentirá dele a partir de 1º de janeiro quando passará o cargo para Dilma Rousseff: “Saudade é um parafuso/ Que dentro da rosca cai/ Só entra se for batendo/ Porque torcendo não vai/ Depois que enferruja dentro/ Nem distorcendo não sai”. Por mais que tenha força e prestigio com Dilma, seu relacionamento com ela não chegará nem perto do que tem com o atual presidente.
Futuro - De Ranilson Ramos, que será reconduzido à Secretaria de Agricultura, sobre o projeto político do PSB para 2012: “O partido tem eleger 50 prefeitos para descer a rampa com Eduardo Campos em 2014. Elegemos 140 em 96 e quando Dr. Arraes perdeu a eleição só ficaram 13”.
Por dentro – João Paulo (PT) nega nota da coluna de que teria ficado à margem das indicações do seu partido para o governo estadual. Garante que participou de tudo, que avalizou os três petistas que irão para o secretariado estadual e que não passa pela sua cabeça sair do PT.
Plural - Do prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), sobre Guilherme Uchoa está à frente de uma cruzada em favor de uma renovação da executiva do PDT: “Acho que o meu amigo Guilherme está desinformado sobre nosso partido. O PDT é democrático e plural. O único parente que tenho lá é meu filho, Wolney, que é deputado federal e membro nato como ele”.
A grife – Com a saída de Ariano Suassuna, a nova “grife” do governo estadual a partir de janeiro será o diretor do IMIP Antonio Figueira. Ele é um dos mais respeitados profissionais do Brasil na área de saúde e com capacidade técnica reconhecida para debater este assunto em qualquer fórum nacional ou internacional. Ele já fora convidado em 2006, mas não aceitou.
Do bem – 2ª à noite, no Palácio, antes de receber a diretoria da Fiat para um jantar, Eduardo Campos derramou-se em elogios ao prefeito José Queiroz. “Ele só faz ajudar. É um bom aliado, bom amigo, correto e leal. Tem se portado desde o início do governo com muita elegância”.
Mudança – Dílson Peixoto já foi indicado pelo PT para a direção-geral do DER e para se credenciar para o futuro (2014) vai ter que apresentar serviço. Ele é pessoa de confiança do senador eleito Humberto Costa, em companhia de quem foi um dos fundadores do PT em 79.
Rapidez – Durou menos de 10 minutos a conversa de Inocêncio Oliveira com Eduardo Campos para acertarem a participação do PR no futuro governo estadual. O governador disse ao deputado que gostaria de nomear um parlamentar para a Secretaria do Turismo e ele o indicou de imediato: Alberto Feitosa. Sebastião Oliveira sonhava em voltar, mas não teve aval do primo.
Ele fica - Fernando Bezerra Coelho já foi informado por Geraldo Júlio, seu sucessor na pasta do desenvolvimento econômico, que não levará para o DF o diretor-presidente da AD-Diper Jenner Guimarães. Jenner pertence aos quadros do BNB e é tido no governo estadual como um técnico imexível. Por isso não será liberado.
Pelo fio – André Campos (PT) cumprimentou ontem Eduardo Campos por ter transformado um “governo velho” num “governo novo”, com as mesmas peças, e aberto espaço na Assembleia Legislativa para quatro suplentes da Frente Popular. “Foi um belo gesto de solidariedade que os suplentes jamais esquecerão”.
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