opinião
Neste momento, o quadro da disputa nacional e local já está claro. Aécio Neves, como era esperado, não deseja, e certamente não será, vice de José Serra. Nunca entendi o desejo do PSDB. Pois, para mim, sempre estava claro que Aécio, na vice, não contribuiria fortemente para a vitória de Serra. Se Aécio pode ser presidente, qual era a razão dele aceitar ser vice? Nenhuma.
O mais adequado para o PSDB era ter buscado uma aliança com Marina. No início deste ano sugeri isto em artigo. Marina na chapa de Serra era a melhor estratégia para o PSDB, pois ela daria charme e discurso social à candidatura do PSDB.
Serra já definiu a sua estratégia para vencer a eleição. Ele tentará convencer o eleitor de que a disputa é ele contra Dilma. E não ele contra Dilma e Lula. Por outro lado, Dilma deseja que a disputa tenha o seguinte quadro: Dilma e Lula versus FHC e Serra. Este é o melhor cenário para Dilma. Mas o pior para Serra.
O PSDB tem chances de vencer a eleição, caso o eleitor reconheça que a disputa deste ano é entre Serra e Dilma. Pesquisa do Datafolha mostra que Serra é visto como o mais experiente por 64% dos eleitores e 45% o considera o mais preparado "para ser presidente, de modo geral". Portanto, Serra tem chances de vencer a disputa.
Em Pernambuco, neste instante, Eduardo Campos tem leve favoritismo na disputa contra Jarbas. Mas a eleição tende a ser acirrada. Os dados da última pesquisa do Instituto Mauricio de Nassau (IMN) mostram isto. Tanto Campos como Jarbas possuem capital simbólico junto ao eleitor. Portanto, não desprezo a possibilidade de crescimento de Jarbas – caso este tenha motivação na campanha e defina estratégias adequadas. Neste momento, contudo, três questões dificultam a competitividade de Jarbas.
Primeiro: a indecisão do PSDB. Ora, o PSDB desejou que Jarbas fosse candidato. Portanto, qual é a razão do PSDB não fazer parte da chapa de Jarbas? Bruno Araújo, caso tope disputar o Senado, é um nome competitivo e daria jovialidade à chapa do senador peemedebista.
Segundo: a disputa entre Jarbas e Eduardo precisa ser estadualizada, em razão da excelente avaliação que o presidente Lula tem no estado. A nacionalização da campanha interessa a Eduardo Campos. As circunstâncias não favorecem Jarbas caso ele opte por nacionalizar a disputa local.
Por fim, Jarbas terá pela frente a missão de desconstruir a boa avaliação que a administração do governador Eduardo Campos tem. As pesquisas do IMN revelam que existe relação forte entre as variáveis “Boa administração” e “Intenção de votos”.
Do mesmo modo que não entendo a razão do PSDB de ainda não ter definido a participação na chapa de Jarbas, também não compreendo o motivo do governador Eduardo Campos não já ter dito claramente que os senadores da sua chapa são Humberto Costa e Armando Monteiro.
É necessário, pelo menos, que Eduardo Campos diga que o senador da sua chapa será aquele que o PT definir, ou melhor, que já definiu.
Doutor Adriano Oliveira é Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)
Neste momento, o quadro da disputa nacional e local já está claro. Aécio Neves, como era esperado, não deseja, e certamente não será, vice de José Serra. Nunca entendi o desejo do PSDB. Pois, para mim, sempre estava claro que Aécio, na vice, não contribuiria fortemente para a vitória de Serra. Se Aécio pode ser presidente, qual era a razão dele aceitar ser vice? Nenhuma.
O mais adequado para o PSDB era ter buscado uma aliança com Marina. No início deste ano sugeri isto em artigo. Marina na chapa de Serra era a melhor estratégia para o PSDB, pois ela daria charme e discurso social à candidatura do PSDB.
Serra já definiu a sua estratégia para vencer a eleição. Ele tentará convencer o eleitor de que a disputa é ele contra Dilma. E não ele contra Dilma e Lula. Por outro lado, Dilma deseja que a disputa tenha o seguinte quadro: Dilma e Lula versus FHC e Serra. Este é o melhor cenário para Dilma. Mas o pior para Serra.
O PSDB tem chances de vencer a eleição, caso o eleitor reconheça que a disputa deste ano é entre Serra e Dilma. Pesquisa do Datafolha mostra que Serra é visto como o mais experiente por 64% dos eleitores e 45% o considera o mais preparado "para ser presidente, de modo geral". Portanto, Serra tem chances de vencer a disputa.
Em Pernambuco, neste instante, Eduardo Campos tem leve favoritismo na disputa contra Jarbas. Mas a eleição tende a ser acirrada. Os dados da última pesquisa do Instituto Mauricio de Nassau (IMN) mostram isto. Tanto Campos como Jarbas possuem capital simbólico junto ao eleitor. Portanto, não desprezo a possibilidade de crescimento de Jarbas – caso este tenha motivação na campanha e defina estratégias adequadas. Neste momento, contudo, três questões dificultam a competitividade de Jarbas.
Primeiro: a indecisão do PSDB. Ora, o PSDB desejou que Jarbas fosse candidato. Portanto, qual é a razão do PSDB não fazer parte da chapa de Jarbas? Bruno Araújo, caso tope disputar o Senado, é um nome competitivo e daria jovialidade à chapa do senador peemedebista.
Segundo: a disputa entre Jarbas e Eduardo precisa ser estadualizada, em razão da excelente avaliação que o presidente Lula tem no estado. A nacionalização da campanha interessa a Eduardo Campos. As circunstâncias não favorecem Jarbas caso ele opte por nacionalizar a disputa local.
Por fim, Jarbas terá pela frente a missão de desconstruir a boa avaliação que a administração do governador Eduardo Campos tem. As pesquisas do IMN revelam que existe relação forte entre as variáveis “Boa administração” e “Intenção de votos”.
Do mesmo modo que não entendo a razão do PSDB de ainda não ter definido a participação na chapa de Jarbas, também não compreendo o motivo do governador Eduardo Campos não já ter dito claramente que os senadores da sua chapa são Humberto Costa e Armando Monteiro.
É necessário, pelo menos, que Eduardo Campos diga que o senador da sua chapa será aquele que o PT definir, ou melhor, que já definiu.
Doutor Adriano Oliveira é Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)
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