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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A propaganda que passou do ponto

Opinião
CARLOS BRICKMANN

 Junte-se um grupo de jovens adultos, escolhidos basicamente por critério estético. Homens e mulheres, todos com pouca roupa, são trancados juntos numa casa em que vão conviver 24 horas por dia durante alguns meses. O comando do programa incentiva a aproximação dos casais, com comentários maliciosos, de franca aprovação, e promove festas para aproximá-los ainda mais. A bebida alcoólica corre solta, sem limites, sempre gratuita e farta, supondo-se implicitamente, sempre, que corpo de bêbado não tem dono. E alguém estranha que ocorram atos sexuais completos ou incompletos, consentidos ou não?

Essa história do BBB, convenhamos, está muito esquisita. A moça estava desacordada de tanto beber ou não? As declarações que fez variam: ora se lembra (palavras textuais) de "aquilo na mão, mão naquilo", ora diz que se deitou de shortinho e acordou sem ele, ora diz que não lembra se tinha ou não tirado o shortinho antes de se deitar. O apresentador primeiro disse frases como "o amor é lindo" e depois anunciou que o rapaz envolvido estava afastado do programa. Se o amor é lindo, por que afastaram do programa um dos amorosos?
Há dois outros fatores a ser considerados. O BBB vem perdendo audiência e um escandalozinho é sempre bem recebido. Mas, às vezes, a propaganda passa do ponto e prejudica o produto. O segundo fator é uma força nova, a da Internet. Certos truques desagradam internautas e se transformam em alvo de redes sociais.
Aí, sem referência ao escândalo do programa, sai de baixo.

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