Coluna da sexta-feira do Magno

A guerra brasileira Há dois dias, o secretário da Defesa, Wilson Damásio, convocou uma coletiva para anunciar o crescimento dos índices de violência no Estado e as providências que estariam sendo tomadas para estancar essa tendência. Não se trata de exclusividade pernambucana. Levantamento oficial do Governo Federal aponta que, nos últimos 30 anos, a violência tirou a vida de 1,1 milhões de brasileiros. É mais que no conflito Israel x Palestina, que em 53 anos de guerra redundou na morte de 125 mil civis. No Brasil, apenas no ano passado, foram mortas 50 mil pessoas, ou seja, 137 por dia, média superior ao massacre de Carandiru, em que 111 presos morreram em confronto com a polícia paulista, em 1992. É bom lembrar que a taxa de homicídio no Brasil, que em 1980 era de 11,7 por cem mil habitantes, saltou para 26,2 por cem mil em 2010. Ainda segundo o estudo, Alagoas passou há muito Pernambuco e é o Estado mais violento do País, com 66,8 assassinatos por cem habitantes, seguido por Espírito Santo, Pará, Pernambuco e Amapá. Diferentemente de Pernambuco, cujas estatísticas de crescimento voltaram a preocupar, Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram redução nas taxas de homicídio. O Estado de Santa Catarina tem a menor taxa, sendo, assim, um quase santuário da paz. Os números, na verdade, mostram de forma irredutível que o Brasil vive uma guerra que parece sem fim. Nunca se matou tanto. Não há Pacto pela Vida que possa dar jeito! AUMENTO – No caso de Pernambuco, de janeiro a novembro deste ano, foram registradas 3.232 mortes, enquanto nesse mesmo período de 2010 se chegou a 3.195 ocorrências, uma diferença de 37 homicídios. O Governo promete reagir fazendo parcerias com os municípios com maior registro de crescimento, como Ipojuca e Jaboatão. Uma das idéias da Defesa Social é o monitoramento eletrônico em cidades com população acima de 100 mil habitantes. O palestrante fantasma -  O ministro amiguinho da presidente Dilma, Fernando Pimentel, o balança mas não cai da pasta de Desenvolvimento, embolsou R$ 1 milhão por palestras nunca dadas para as unidades regionais da Federação das Indústrias de Minas Gerais. Ao justificar o pagamento, o presidente da Fiemg disse que as palestras foram parte do serviço de consultoria. Ah, bom! O candidato é João - Pelo ritmo que empreendeu nos últimos dias, que se assemelha muito ao frenético do governador Eduardo Campos, o prefeito João da Costa (PT) volta a ser encarado pela base governista como o candidato natural da Frente Popular à reeleição. Segundo o secretário de Habitação, José Marcos, Costa tem o maior acervo de obras da história da capital para ser entregue à população. Na Transposição - O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, aterrissa cedo, hoje, em Salgueiro, a 500 km do Recife, para assinar a ordem de serviço do lote 8 da Transposição do São Francisco, composto seis estações elevatórias. Na conversa com os jornalistas, FBC deve adiantar se fica na pasta ou sai em janeiro para disputar a Prefeitura do Recife pelo PSB. Festa em Serra -  A pedido do deputado Inocêncio Oliveira (PR), o governador em exercício João Lyra Neto (PDT) transferiu da quinta-feira para a sexta-feira da semana que vem a ida a Serra Talhada para anunciar, junto com o deputado Sebastião Oliveira, a pavimentação da PE-418, que liga o município ao distrito de Santa Rita, até a divisa da Paraíba, numa extensão de 18 km.  CURTAS PAGOU A FATURA – O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, rifou o deputado Bruno Araújo da sucessão no Recife, para não criar dificuldades ao ex-verde Daniel Coelho, mas cumpriu com a palavra de fazê-lo líder tucano na Câmara dos Deputados. Cargo de extrema visibilidade. SEM ACORDO– O prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), negou, ontem, que tenha aberto um canal de negociação para atrair o deputado Cleiton Collins (PSC) para o seu projeto de reeleição. O que se ouve nos bastidores da sucessão ali é que Collins pode vir a ser o vice de Elias. PERGUNTAR NÃO OFENDE – Quem será o próximo ficha suja que o Supremo vai dar posse em Brasília?