Pesquisar este blog

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vencer a Burocracia do Setor Público

A Destruição Criativa Para Vencer a Burocracia do Setor Público

Tradicionalmente o setor público é caracterizado por suas estruturas burocráticas, engessadas e de desenvolvimento moroso, quando não estagnado. Diversos teóricos da Administração relatam a morosidade e inércia no serviço público como conseqüência da aplicação pratica da Teoria da Burocracia. Segundo os críticos desta corrente teórica a aplicação pratica da burocracia em níveis demasiadamente altos, gera barreiras ao desenvolvimento pessoal e organizacional. É uma barreira para a criatividade, latente do individuo que, quando deparado com momentos de criação plena, sempre se questionará se suas idéias estão ou não de acordo os rigores das regras e normas impositivas ao setor publico, e esta incerteza termina por podar o processo decisório de inovar, criar novos modelos de funcionalidade ou aplicação dos recursos e tratamento ao cidadão, por se ver engessadas pela burocracia e suas condutas normatizadas e instituídas mediante autoridade competente que as preconiza e as faz cumprir.

Tendo em vista a necessidade de romper com este modelo inerte e que gera inércia e descontentamento, tanto à população quanto em diversas vezes também gera desconforto aos funcionários públicos, percebe-se a necessidade de promover a Destruição Criativa no setor público.

Mas o que é destruição criativa?

Segundo Schumpeter (1991) a destruição criativa é o processo de reinvenção de métodos de trabalho, reutilização de produtos ou objetos que antes eram, feitos, utilizados ou aproveitados de uma maneira e que a partir de então passam a ser melhor empregados de maneira a gerar melhores resultados. Também é para o autor citado, uma maneira de promover a manutenção do sistema capitalista em evolução, pois como Marx fala em “O Capital”, o capitalismo é um sistema fadado ao fracasso e os capitalistas cavam sua própria sepultura. Com isso Marx define que o capitalismo explora de maneira errônea os recursos e os emprega de maneira pior ainda, gerando crises cíclicas que seriam responsáveis pela morte (Processo entrópico) do próprio sistema que não suportaria tanta pressão.

Na visão schumpeteriana a destruição criativa é a reversão da entropia, seria o que se pode definir como Entropia negativa , definição esta dada por Oliveira(2002), a criação ou mudanças nas estruturas organizacionais que promovam o desenvolvimento organizacional e que neutraliza a tendência de finitude das organizações.

O que os burocratas não conseguem enxergar é que nos tempos atuais precisa-se cada vez mais de rapidez, agilidade, eficiência e eficácia para que se oferte a toda a população serviços efetivamente condizentes com a realidade, precisa-se gerar resultados verdadeiramente valorativos. As organizações de hoje, deixaram de ser organizações que vendem, passaram a ser organizações que aprendem. Vivi momento de transição, da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento.

Segundo Nolan (1996) “ os princípios gerenciais são o alicerce a parti do qual a gerencia sênior define as políticas e procedimentos para operar a organização. Mais adverte que esta não pode ser a finalidade em si, e que as organizações precisam ter mobilidade e capacidade de gerar novos conhecimentos, ser criativas. As mudanças na gestão pública tem que ser paulatinas acompanhando o ritmo de mudanças sociais. O processo de destruição criativa é nesta perspectiva, o grande responsável por injetar nova vida nas organizações. As mudanças são responsáveis por reverter o processo entrópico.

É primordial a promoção da criatividade como forma de superação da inércia e desta forma mexer com a zona de conforto das pessoas, levando-as a buscar novas formas de contribuir para o desenvolvimento da organização.

Para Nolan (1996) “a destruição criativa é o processo de adoção de novas idéias e abandono de idéias antigas”. Em linhas gerais a destruição criativa é a realocação de pessoas e tarefas, a eliminação de processos indevidos ou processos morosos e que só atrapalham o bom desenvolvimento da organização. É através da vazão da criatividade que os funcionários se colocam a produzir, de maneira mais significativa.

Desta forma entende-se que para vencer os entraves burocráticos, precisa-se criar mecanismos de fecundação da criatividade no cerne das organizações, quer sejam publicas ou privadas. Incentivar mudanças é promover a destruição criativa, é conduzir as organizações a se posicionarem como promotoras da inovação de da qualidade. O processo criativo traz implicações holísticas e heurísticas que conduzem a quebras de paradigmas, todo este processo de mutação é vital para o desenvolver das organizações.

Como diz Schumpeter, o empreender pode ser exercitado dentro e fora das empresas, é este processo de empreender no novo jeito de fazer velhas tarefas, de usar os mesmos produtos ou introduzir tarefas e produtos novos que torna a organização vitalizada e aconchegante tanto para quem ali trabalha e convive no seu dia-a-dia, quanto para quem usufrui seu laboro.
Administrador graduado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Pós Graduando em nível de especialização - Gestão da Inovação no Setor Público pela FAPE.Fonte:Gestopole            

Nenhum comentário:

Postar um comentário