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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Papa sugere que casamento gay ameaça futuro da humanidade

O papa Bento 16 sugeriu nessa segunda-feira, sem falar diretamente em casamento gay ou homossexual, que as políticas que minam a família formada pela união entre um homem e uma mulher ameaçam o futuro da humanidade.
Durante seu discurso de ano-novo a diplomatas de quase 180 países no Vaticano, o pontífice disse que a educação é um "tema crucial" para cada geração e que ela determina um desenvolvimento saudável de cada pessoa e de toda a sociedade.
Foto: EFE
Papa Bento 16 preside a audiência com o corpo diplomático no Vaticano
"Ela (a educação) representa, portanto, uma tarefa de primeira importância nesse momento difícil e exigente. Além de um objetivo claro, de liderar os jovens a um conhecimento completo da realidade e, portanto, da verdade, a educação precisa de definições", iniciou o papa ao tratar do assunto.
"Entre elas (definições), um lugar de destaque vai para a família, baseada no casamento entre um homem e uma mulher. Isso não é uma simples convenção social, mas sim a célula fundamental de cada sociedade. Consequentemente, políticas que minam a família ameaçam a dignidade humana, bem como seu futuro."
Em vários países, autoridades eclesiásticas católicas protestam contra iniciativas voltadas para a legalização do casamento gay. Nos EUA, um dos principais paladinos dessa causa é o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, que será sagrado cardeal pelo papa em fevereiro.
Em recente carta, Dolan criticou o presidente Barack Obama por sua decisão de não apoiar uma proibição federal ao casamento homossexual, e alertou que essa política pode "precipitar um conflito nacional de enormes proporções entre a Igreja e o Estado".
A Igreja Católica, que tem 1,3 bilhão de seguidores no mundo, prega que as tendências homossexuais não são pecado, mas que os atos homossexuais são, e que as crianças devem crescer em uma família tradicional, com um pai e uma mãe.
Além de tratar do polêmico tema, Bento 16 disse que as soluções para a crise financeira mundial deve permitir que todos possam levar uma vida digna. O pontífice notou que a crise se espalhou dos países desenvolvidos, onde começou, para aqueles em desenvolvimento, provocando um "profundo impacto" nesses lugares.
"Nós não devemos perder o ânimo, mas reencontrar de maneira resoluta o nosso caminho através de novas formas de comprometimento", disse. "A crise pode e deve ser um incentivo para refletir na existência humana na importância de sua dimensão ética."
Para o papa, as soluções devem fazer mais do que conter as perdas financeiras, como também assegurar que "todos possam levar uma vida digna".
Bento 16 disse que a disparidade econômica provocou os protestos no ano passado que varrerram o norte da África e o Oriente Médio, destacando que era difícil no momento "entender completamente as consequências para a estabilidade da região".
"O otimismo inicial deu lugar a um reconhecimento das dificuldades nesse momento de transição e mudança", disse Bento 16, pedindo pelo fim da violência e pelo respeito aos indivíduos, às instituições e às leis.
Bento 16 falou também especificamente sobre a Síria, se dizendo "profundamente preocupado". "Eu rezo por um rápido fim do derramamento de sangue e o início de um diálogo frutífero entre as forças políticas, encorajadas pela presença dos observadores internacionais.
O papa também recordou as "numerosas vítimas" do terrorismo motivado pela religião, especialmente na Ásia e na África. Ele citou o assassinato do ministro paquistanês cristão e dos atentados contra igrejas católicas na Nigéria no Natal. "Religião não pode ser empregada como um pretexto para se deixar de lado as regras da justiça e da lei."
Fonte: Reuters e AP

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