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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

“O Globo” afirma que o lixo de Ipojuca contamina a praia de Porto de Galinhas

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Prefeito de Ipojuca é denunciado  pelo Jornal O Globo de implementar uma politica  administrativa de inoperância e descaso na preservação de Porto de Galinhas .

O texto, abaixo, publicado no jornal “O Globo” deste domingo, deve ser alvo de providências por parte do prefeito de Ipojuca, Pedro Serafim (PDT):
I- Um mar de moscas, montanhas de detritos de todos os tipos, cheiro de carniça e gente disputando espaço com uma nuvem negra de urubus em meio a tratores que apenas empurram o lixo de um lado para outro. É assim que funciona o que deveria ser um aterro sanitário, para cuja implantação a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) destinou R$1 milhão.
II- O lixo é despejado no alto de uma colina, de cujas encostas escorre o chorume que termina no rio Maria Velha, um pequeno afluente do rio Merepe que deságua na praia de Muro Alto. Esta fica vizinha à famosa Porto de Galinhas, onde se concentram os principais e mais luxuosos resorts do litoral Sul de Pernambuco.
III- Coincidência ou não, as areias do que já foi um paraíso já não são tão brancas e finas como costuma exaltar a propaganda oficial. Segundo a prefeitura de Ipojuca, o município de 80.637 habitantes produz 3 mil toneladas de lixo doméstico por mês.
IV- O secretário adjunto de Infraestrutura, Alcindo Dantas, garante que a coleta cobre 100% da cidade, mas não sabe informar o destino do lixo industrial de Suape, complexo portuário que também fica no município.
V- Todos os detritos coletados pela prefeitura são atirados ao ar livre sem nenhum tratamento, entre os engenhos Água Fria e Caetés, a sete quilômetros da rodovia que dá acesso à praia de Porto de Galinhas. E chegam em caminhões em cujas caçambas há fotografias dos atrativos turísticos de Ipojuca, inclusive o mar cristalino e as piscinas dos arrecifes de coral de Porto de Galinhas.As imagens paradisíacas nos caminhões contrastam com o que se vê no meio do canavial.
VI- “Antes, os manguezais que ficam em Porto de Galinhas pareciam um tapete vermelho de tanto aratu, mas hoje nem unha de velho a gente acha”, afirma Hilário da Silva, presidente da Associação de Pescadores de Áreas de Manguezais em Ipojuca, referindo-se ao crustáceo antes muito comum na região e a um molusco parecido com marisco, muito apreciado no Nordeste.
VII- De acordo com a prefeitura, a obra chegou a ser iniciada, mas foi interrompida porque os catadores não saíram do lixão. Versão contestada pelos homens que vivem na área. “Todo mundo aqui é humilde e gente de bem. A gente vive do que cata, é tudo trabalhador. Ninguém tem ajuda de nada e pobre não é ninguém e nem tem poder para impedir construção de aterro. Eles comeram o dinheiro e vêm botar a culpa na gente”, reclama José Messias de Souza, de 32 anos, ex-cortador de cana e catador há 20.
VIII- A prefeitura informou que trabalha no projeto de um segundo aterro sanitário — “mais adequado à realidade atual” — e responsabilizou o Governo de Pernambuco pelo fracasso do primeiro. A Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) confirmou que recebeu recursos da Funasa. Mas garantiu que “prestou contas dos recursos recebidos para a execução do sistema de resíduos sólidos (aterro sanitário) no município de Ipojuca”.
IX- Em nota, acrescentou que “os recursos foram repassados em 2005 à Cehab e de acordo com o contrato a obra deveria ser executada em 150 dias corridos. No atual governo, após constatar que a obra não havia sido executada, os valores foram devolvidos ao Governo Federal.”

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