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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O governo de Dilma é parlamentarista

Muita gente imagina que o presidente da República num país como o Brasil pode tudo: nomear, demitir e escolher ministros ao seu bel-prazer. Na prática, porém, não é bem assim. Vivemos num parlamentarismo de ocasião em que os partidos indicam ministros e o presidente é obrigado a aceitá-los sob pena de não formar maioria no Congresso para sustentar o seu governo. O exemplo desse parlamentarismo caricatural foi a negociação com o PMDB para a indicação dos seus ministros.
 
O presidente Lula tem na sua equipe seis ministros do PMDB. Foi o preço que se obrigou a pagar a esse partido para ter maioria na Câmara e no Senado, onde os peemedebistas têm as maiores bancadas. O partido queria ter o mesmo espaço no futuro governo Dilma e quase acabou chegando lá. Pressionou a presidente eleita por quatro ministérios (dois para a bancada na Câmara e dois para a bancada no Senado), e uma Secretaria com igual status, para colocar Moreira Franco, e conseguiu.
 
Se os nomes propostos pelo partido fossem de pessoas identificadas com o Brasil do futuro, tudo bem. Mas quais os nomes que foram indicados? O do senador Garibaldi Alves (RN), que tem preguiça até de falar, para o Ministério da Previdência e o do jornalista (e senador pelo MA) Édison Lobão para voltar às Minas e Energia. Para tornar o enredo do filme ainda pior, o PMDB empurrou goela abaixo de Dilma Rousseff um deputado maranhense de 79 anos (Pedro Novais) para o Ministério do Turismo.


Rapidinha dos Bastidores da Política   
Pressão - Moreira Franco (RJ), ex-marido de uma neta de Getúlio Vargas, nunca viu Dilma de perto. Mas vai ser secretário de Assuntos Estratégicos porque é afilhado político de Michel Temer. Já Wagner Rossi continuará no Ministério da Agricultura por ser da quota de Michel.

Sugestão – Dilma Rousseff pediu ao presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que indicasse a ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos, para o Ministério dos Esportes, que é da quota do partido em nosso parlamentarismo de fato. Mas o partido decidiu não mexer no ministro Orlando Silva.
 
Desafio – Sem mandato a partir de fevereiro, a deputada Terezinha Nunes vai para dentro do partido (PSDB) “azeitá-lo” visando às eleições de 2012. Um de seus maiores desafios é preparar um candidato competitivo para disputar a prefeitura do Recife. Ela se convenceu de que time que não disputa não tem torcida. Bruno Araújo é a opção se não tiver medo de botar a cara.
 
2ª opção – Se o PSDB não lançar candidato próprio à sucessão de João da Costa (PT), Raul Jungmann (PPS) vai se oferecer a esse partido para ser o candidato. Ele não tem o que perder porque também estará sem mandato a partir de fevereiro. Sua transferência para o PSDB já tinha sido acertada com Sérgio Guerra mas Roberto Freire entrou no circuito e desmanchou o acordo.
 
A culpa – Lula Sampaio (PTB), prefeito de Araripina, culpa seu antecessor, Valdeir Batista (PR), pela quebradeira da prefeitura, que por sua vez culpa o antecessor, deputado Emanuel Bringel (PSDB). Sem ter nada a ver com isto, os servidores estão com seus salários atrasados.  
 
Missa – Os concluintes de Direito da UFPE (turma de 1966) vão celebrar os 44 anos de formatura com uma missa no próximo dia 16 (19h) na Matriz de Casa Forte. São dessa turma Roldão Joaquim dos Santos, Roberto Freire, Margarida Cantarelli e Antonio Corrêa de Oliveira.
 
Arrogância - O Brasil ainda está cheio de políticos que quando perdem uma eleição tentam responsabilizar os outros pela sua derrota. É o caso de Tasso Jereissati que não se reelegeu senador pelo Ceará. Em vez de assumir a derrota com humildade como fez Marco Maciel em PE, ele responsabilizou o presidente Lula pelo seu insucesso. Coisa de coronel atrasado.      
 
Ausência – Maurício Rands (PE) não foi ao café da manhã oferecido ontem pelo presidente Lula à bancada federal do PT. Tinha compromissos no Recife e pegou o avião no DF às 10h da manhã. A bancada de PE foi representada por Fernando Ferro (líder), Pedro Eugênio e o deputado eleito João Paulo.
 
O pacote – Eduardo Campos deve voltar hoje de Brasília com a definição dos nomes do PSB para o ministério. Fernando Bezerra Coelho está definido para a Integração Nacional. Quanto a Antonio Carlos Valadares para o das Micro e Pequenas Empresas, a impressão do partido é que ele está se fazendo de “difícil”.
Fonte:Blog do Inaldo Sampaio

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