Novos documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos foram divulgados pelo site WikiLeaks ao jornal "O Globo" com uma profunda análise sobre a biografia da presidente eleita Dilma Rousseff feita por diplomatas americanos, desde a Ditadura Militar até a época pré-eleições presidenciais. Até os problemas de saúde enfrentados por Dilma (o câncer linfático detectado em 2009) é citado.
O ex-embaixador no Brasil John Danilovich relata em telegramas enviados ao Departamento de Estado que, na época do Regime Militar, ela participou da organização de pelo menos três assaltos, incluindo o roubo à residência de Ana Capriglione, amante do ex-governador paulista Adhemar de Barros, em 1969 no Rio de Janeiro. Na Justiça Militar brasileira, Dilma Rousseff negou ter participado diretamente das ações armadas. A então militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) ainda afirmou ter sido torturada.
Além disso, os diplomatas também citam a dificuldade do Partido dos Trabalhadores (PT) em encontrar um nome forte para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que os primeiros cogitados foram sendo descartados em virtude de escândalos e denúncias. O tratamento de saúde de Dilma gerou um alerta até mesmo entre os representantes diplomáticos americanos.
"A doença de Dilma expõe uma vulnerabilidade que o PT não tinha até poucos anos atrás, quando poderia apontar para várias estrelas do governo e do Congresso. Essas estrelas, por uma ou outra razão, apagaram-se, e o partido adotou Dilma, a escolha de Lula, seu líder maior, no melhor, no pior, na doença e na saúde", relata outro ex-embaixador Clifford Sobel em telegrama despachado para o Departamento de Estado e agora divulgado pelo WikiLeaks. A possibilidade de Lula modificar a Constituição para disputar um terceiro mandato seguido é levantada pelo diplomata.
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