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quarta-feira, 21 de julho de 2010

BC tira o pé do acelerador e sobe juros em 0,5 ponto percentual

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a trajetória de alta na taxa básica de juros (Selic), mas reduziu o ritmo. A autoridade monetária anunciou na noite desta quarta-feira a elevação dos juros em 0,5 ponto percentual, a 10,75% ao ano, em decisão unânime. Nas duas reuniões anteriores, os aumentos haviam sido de 0,75 ponto.
Em comunicado divulgado após o encontro, a autoridade monetária disse que há um "processo de redução de riscos para o cenário inflacionário que se configura desde a última reunião do Copom". Esse movimento, na análise do BC, "se deve à evolução recente de fatores domésticos e externos", e "o Comitê entende que a decisão irá contribuir para intensificar esse processo."

Após a reunião anterior – realizada em junho – havia um consenso no mercado de que o Copom manteria a dose de alta também no encontro de julho. No entanto, a economia demonstrou sinais de desaquecimento e o Banco Central decidiu reduzir o ritmo de alta.

A decisão divide a opinião de analistas. De um lado, há aqueles que acreditam que, de fato, a economia está em processo de desaquecimento e a alta menos intensa era o melhor a ser feito.

Nesta semana, o IPCA -15, prévia da inflação oficial, apontou deflação de 0,09%, mudando a percepção dos operadores sobre o comportamento dos preços. Foi o primeiro índice de deflação em quatro anos, o que jogou para baixo a expectativa das taxas de juros no mercado futuro para o início de 2011.

Por outro lado, há economistas que acreditam que os indicadores de inflação, emprego e produção industrial – que mostraram desaquecimento – ainda são insuficientes para definir tendência, o que justificaria uma alta de 0,75 ponto agora.

2011

A decisão de elevar os juros não deve gerar impactos diretos na economia agora. Segundo os especialistas, os efeitos do Copom levam em média seis meses para se manifestar claramente, o que indica que a alta de hoje vai impactar diretamente a inflação em 2011.

“Os primeiros impactos do aumento dos juros serão sentidos no fim de 2010, mas veremos os efeitos mesmo em 2011”, diz Gian Barbosa, analista da Tendências Consultoria. Barbosa diz que a preocupação do BC para o ano que vem é reduzir o ritmo da demanda em um nível compatível com o da oferta. Segundo Barbosa, o Banco Central “já está olhando mesmo para 2011”.

“O início do aperto monetário começou em abril e 2010 foi um ano muito cheio de choques na inflação”, diz. Com tanta oscilação nos preços, argumenta o economista, restou à autoridade monetária controlar os índices somente em 2011.

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