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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Coluna da quinta-feira do Magno

Cocaína salvou o polo
Ao passar o dia, ontem, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste Setentrional, a 196 km do Recife, acompanhando a crise que se instalou arrastada pelo lixo hospitalar americano, deu para ratificar a tese que levantamos neste espaço, no dia anterior, de que o Governo do Estado vacilou na fiscalização em Suape.

Até o mais leigo morador da cidade sabe que o comerciante Airton Teixeira de Moura, um cearense que invadiu o polo de confecção pernambucano, importava material hospitalar dos Estados Unidos há pelo menos três anos. Não se sabe se pagava alguma coisa ou recebia os entulhos de graça.

O fato mais grave é que a sulanca de Santa Cruz do Capibaribe nunca mais foi a mesma depois da chegada dele à região. Com os importados, desencadeou uma guerra com os demais comerciantes, praticando um preço bem abaixo do mercado na venda principalmente de forro para calça jeans, principal destino do tecido que entrava por Suape como lixo hospitalar.

Os comerciantes do polo também dizem, abertamente, que o cearense só foi flagrado por causa da apreensão no mesmo porto, uma semana antes, de cointêners abarrotados de cocaína.

“Não fosse a cocaína, os importados americanos ainda estavam reinando em Santa Cruz sem nenhuma reação do Governo”, atesta um comerciante, que pede omissão do nome para não ser retaliado. Agora, não adianta chorar o leite derramado.

O que o Governo tem que fazer é tomar medidas severas para salvar o polo sulanqueiro, cuja imagem ficou extremamente arranhada no resto do País. Afinal, o assunto é destaque no Jornal Nacional há mais de uma semana. E até no Fantástico!

O CONSELHEIRO – O senador Armando Monteiro Neto (PTB) foi figurinha carimbada, ontem, nas emissoras de Santa Cruz do Capibaribe. Em tom afirmativo, ele tranqüilizava a população e, principalmente, os comerciantes a cada fala, respaldando as medidas tomadas pelo Governo do Estado. Segundo ele, se o comércio sulanqueiro sofrer um impacto nas suas vendas, a campanha promocional do Governo no plano nacional será capaz de reverter.

Reação de hostilidade - Os sacoleiros, sulanqueiros e comerciantes de Santa Cruz do Capibaribe estão uma pilha com a mídia. Jornalistas que se deslocaram ontem até o município sentiram na pele o elevado grau de hostilidade por parte de alguns mais exaltados. Resmungam que a Imprensa está denegrindo a imagem da sulanca e da cidade.

Quem briga com quem - Na contenda antecipada da sucessão de 2012 dentro da Frente Popular há uma nítida divisão. De um lado, o PSB – leia-se Eduardo – aliou-se ao PR de Inocêncio Oliveira para derrotar o PT em alguns redutos importantes, incluindo Recife. PSB e PR estão juntos também em Petrolina, Garanhuns, Serra Talhada e Caruaru. Só um cego não consegue enxergar essa realidade.

PTB namora PT - Já o PTB, do senador Armando Monteiro Neto, se fixa numa aliança com o PT. Não se surpreenda, portanto, se em Serra Talhada a legenda trabalhista apoiar o neopetista Luciano Duque, lançado pelo prefeito Carlos Evandro. Mesmo depois do principal líder trabalhista no município, o deputado Augusto César, ter anunciado a candidatura do Doutor Fonseca.

Ficou no Cabo - Mesmo tendo mais de 40% das intenções de voto em Ipojuca, para sair candidato em 2012, o prefeito do Cabo, Lula Cabral (PTB), resistiu às pressões internas e de lideranças do município e não transferiu seu domicílio eleitoral. Cabral preferiu se fixar no Cabo, onde está completando seu segundo mandato com uma aprovação nas alturas – acima de 80%. Com chances de fazer o sucessor.

CURTAS -

NEOGOVERNISTA – O deputado Raul Henry só foi escolhido, ontem, relator da Lei de Responsabilidade Educacional, porque lá atrás saiu do isolamento na bancada do PMDB e passou a integrar um grupo afinado com o Palácio do Planalto. É dando que se recebe, ensina São Francisco.

SEM ABALO – Toritama, a capital do jeans, também não sentiu ainda os reflexos da crise de imagem na sulanca provocada pelo lixo hospitalar americano importado por um comerciante do setor. Os pedidos de calça para o atacado, mesmo com forro suspeito, não foram ainda reduzidos.

PERGUNTAR NÃO OFENDE – A Polícia vai cair na conversa fiada do empresário cearense de que recebeu o lixo hospitalar americano por engano?

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