Cinquenta e oito anos depois de deixar Pernambuco em um caminhão pau-de-arara, rumo a São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai encerrar seu governo - e o ciclo que começou em Caetés, passou por São Bernardo do Campo e culminou em Brasília - com uma grande festa popular no Marco Zero, amanhã, em Recife.
Desde o final de semana o PSB (partido do governador Eduardo Campos) tem veiculado no rádio e na TV o convite aos pernambucanos para o evento que pretende reunir pelo menos 70 mil pessoas no bairro do Recife Antigo ao som do cantor Alceu Valença e outros artistas locais.
O tom da festa será mais de agradecimento do que de despedida. Oficialmente, o evento servirá para o lançamento de um memorial em homenagem a Lula, iniciativa do governo do Estado. Antes da festa Lula e o governador participarão do lançamento da pedra fundamental da fábrica da Fiat em Suape, com investimentos previstos de R$ 3 bilhões para a geração de 3,5 mil empregos.
Além disso o presidente vai inaugurar o centro de cultura Cais do Sertão Luiz Gonzaga e da doação de um terreno para a Associação Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque.
Será a 40ª visita de Lula a seu Estado-natal em oito anos de mandato. Embora ainda tenha agendas em Fortaleza (anúncio de obras na refinaria de Pecém) e Salvador (entrega de casas populares), a festa no Marco Zero será o último grande evento popular de Lula antes de passar a faixa presidencial a Dilma no dia 1º de janeiro.
O presidente deixou a cidade de Caetés, no interior do Estado, em 1952, aos 7 anos de idade, como outros milhões de retirantes nordestinos fugidos da seca e da miséria. Depois de trabalhar como torneiro mecânico, se tornar o maior líder sindical do Brasil, fundar o PT e a CUT, Lula volta ao seu Estado como o presidente melhor avaliado da história do País e figura constante nas listas de líderes globais mais influentes em publicações estrangeiras como a revista “Time” e o jornal “Le Monde”.
No último grande ato público do qual participou em Recife, uma carreata em apoio a Dilma Rousseff, Lula levou 100 mil pessoas às ruas da capital pernambucana.
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