A quatro meses de completar 70 anos, o cantor Roberto Carlos já avalia a possibilidade de reeditar o único álbum de sua carreira que nunca permitiu que fosse relançado: "Louco por Você", de 1961, o primeiro de sua carreira. Raridade, um original em vinil desse álbum, caso seja encontrado, pode alcançar preço de até R$ 8,5 mil no site Mercado Livre (é um dos mais raros nos sebos, ao lado de "Coisas", de Moacir Santos).
Para os mais esperançosos, o cantor, que sempre relutou em permitir seu relançamento, já pensa em rever sua posição. “Olha, às vezes eu penso nisso. O problema do "Louco por Você" é que, vamos dizer, a qualidade de som do disco... Não sei se a gente pode fazer com que ela melhore o suficiente para competir no mercado com o som que a gente tem hoje. Antigamente era muito precária a forma de gravação. Essa é a minha preocupação”, disse o cantor ao jornal O Estado de S. Paulo na segunda-feira. “Poderia até lançar o disco "Louco por Você", mas eu queria lançá-lo com um som muito melhor que o som original. Mas, como a tecnologia cada vez evolui mais, pode ser que a gente até consiga. Não simplesmente com a remasterização. Não. Teria que fazer um trabalho um pouco maior, mais sofisticado, vamos dizer assim. Naquela época a gente gravava em dois canais, né, bicho? Agora a gente grava em todos os canais, 90, 100, 200”, afirmou Roberto.
Produzido por Carlos Imperial, "Louco por Você" tem bossa nova, iê-iê-iê, boleros e se constitui no único registro da fase pré-Jovem Guarda de Roberto, quando ele foi acusado de ser um mero imitador de João Gilberto. Tem 12 faixas, entre elas "Louco por Você" (versão de Careful Careful, feita por Carlos Imperial) composições originais de Imperial (como "Chorei", "Ser Bem" e "Não é por mim"), e versões, como "Mr. Sandman" (canção de Pat Ballard lançada em 1954) e "Cry me a River", de Arthur Hamilton. É o único dos discos do ‘Rei’ que não traz sua imagem na capa, mas a de um jovem casal segurando uma flor (chegaram a dizer que era uma ideia copiada de um álbum do tecladista americano Ken Griffin, mas as capas são diferentes).
O cantor também falou sobre a chance de lançar um álbum de músicas inéditas no ano que vem. “Já tenho grande parte do repertório. Ia fazer no ano passado, depois pensei em fazer neste ano, mas os compromissos têm sido tantos que não tenho tido tempo. É um disco que vai me tomar muito tempo. Porque eu quero que seja muito bem-feito. Fiquei cada vez mais detalhista e exigente. E exigência e detalhismo precisam de tempo. Quero lançar em 2011, mas só vou lançar se estiver do jeito que aprovo. Como diz o Sting, de um modo geral eu nunca entrego um disco, eu o abandono, num momento em que não aguento mais trabalhar nele.”
Roberto afirmou que pretende entrar na avenida, no carnaval, sambando - e para isso fará intensa fisioterapia nos próximos dias. Ele é homenageado pela escola Beija-Flor. Já tinha sido tema do carnaval em 1987, pela escola Unidos do Cabuçu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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