Cineasta norte-americano completa 80 anos em atividade e com prestígio crescente
Na história do cinema, não são raros os casos de atores que passaram com sucesso para trás das câmeras. O francês Mathieu Almaric acaba de ganhar o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes por Tournée; o inglês Charles Laughton fez a obra-prima O Mensageiro do Diabo (1955). Kevin Costner (Dança com Lobos) e Mel Gibson (Coração Valente) levantaram estatuetas do Oscar de melhor filme depois de longas carreiras como intérpretes.
Mas nunca houve uma transformação tão radical, tão profunda, tão bem-sucedida quanto a de Clint Eastwood. Se algumas décadas atrás fizessem uma enquete com milhares de cinéfilos perguntando qual jovem ator se tornaria um diretor consagrado no futuro, o nome de Clint certamente não seria nem lembrado. Mas é com esse status – o de um dos grandes autores do cinema americano contemporâneo – que ele completa agora 80 anos.
Quando ele iniciou sua carreira – primeiro como coadjuvante de filmes B, depois como Homem sem Nome da trilogia de western spaghettis de Sergio Leone ou como o Dirty Harry da franquia criada por Don Siegel –, Clint era visto em geral como um ator limitado. Era considerado pouco mais que um Schwarzenegger da época, capaz de encarnar um homem duro, calado e solitário – mas não muito mais do que isso.
Mas aos poucos ele aprendeu as manhas do ofício com Leone e Siegel e começou a construir uma carreira de diretor consistente ainda nos anos 70, com filmes bem-recebidos como Josey Wales - O Fora da Lei. Mas a virada de percepção da crítica só veio nos anos 80, quando Bird, sua biografia do saxofonista Charlie Parker, assombrou Cannes.
Os anos 90 foram a fase de consagração, com a obra-prima oscarizada Os Imperdoáveis e o sucesso romântico As Pontes de Madison. E, nos 00, Clint parece simplesmente ter desaprendido a errar, variando entre o bom (Menina de Ouro, A Troca) e o brilhante (Sobre Meninos e Lobos, A Conquista da Honra).
Ao longo do percurso, ele erigiu uma obra sólida como o Monument Valley, aquela paisagem rochosa do Oeste americano que foi o cenário preferido do cineasta John Ford, um dos heróis de Clint. Suas obsessões se tornaram evidentes: uma queda por personagens marginalizados, com traumas do passado, em busca de redenção; um interesse pelo confronto entre o fato e a lenda sobre esse fato.
Além de ter se sofisticado como ator (o que nunca foi devidamente reconhecido), Clint tornou-se o mais clássico dos cineastas modernos – ou talvez o contrário. Um defensor ferrenho – perto ou longe das câmeras - dos antigos valores americanos, em particular uma fé absoluta no individualismo.
Mas o que pouca gente parece ter percebido é que, como diretor, Clint nunca deixou de ser o Homem Sem Nome ou Dirty Harry, construindo um estilo límpido e direto, sem palavras ou gestos desnecessários, sem chamar atenção para suas virtudes. Clint chega aos 80 ainda como um cavaleiro solitário, percorrendo lenta e silenciosamente o deserto do cinema hollywoodiano.
Fonte:iG
Na história do cinema, não são raros os casos de atores que passaram com sucesso para trás das câmeras. O francês Mathieu Almaric acaba de ganhar o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes por Tournée; o inglês Charles Laughton fez a obra-prima O Mensageiro do Diabo (1955). Kevin Costner (Dança com Lobos) e Mel Gibson (Coração Valente) levantaram estatuetas do Oscar de melhor filme depois de longas carreiras como intérpretes.
Mas nunca houve uma transformação tão radical, tão profunda, tão bem-sucedida quanto a de Clint Eastwood. Se algumas décadas atrás fizessem uma enquete com milhares de cinéfilos perguntando qual jovem ator se tornaria um diretor consagrado no futuro, o nome de Clint certamente não seria nem lembrado. Mas é com esse status – o de um dos grandes autores do cinema americano contemporâneo – que ele completa agora 80 anos.
Quando ele iniciou sua carreira – primeiro como coadjuvante de filmes B, depois como Homem sem Nome da trilogia de western spaghettis de Sergio Leone ou como o Dirty Harry da franquia criada por Don Siegel –, Clint era visto em geral como um ator limitado. Era considerado pouco mais que um Schwarzenegger da época, capaz de encarnar um homem duro, calado e solitário – mas não muito mais do que isso.
Mas aos poucos ele aprendeu as manhas do ofício com Leone e Siegel e começou a construir uma carreira de diretor consistente ainda nos anos 70, com filmes bem-recebidos como Josey Wales - O Fora da Lei. Mas a virada de percepção da crítica só veio nos anos 80, quando Bird, sua biografia do saxofonista Charlie Parker, assombrou Cannes.
Os anos 90 foram a fase de consagração, com a obra-prima oscarizada Os Imperdoáveis e o sucesso romântico As Pontes de Madison. E, nos 00, Clint parece simplesmente ter desaprendido a errar, variando entre o bom (Menina de Ouro, A Troca) e o brilhante (Sobre Meninos e Lobos, A Conquista da Honra).
Ao longo do percurso, ele erigiu uma obra sólida como o Monument Valley, aquela paisagem rochosa do Oeste americano que foi o cenário preferido do cineasta John Ford, um dos heróis de Clint. Suas obsessões se tornaram evidentes: uma queda por personagens marginalizados, com traumas do passado, em busca de redenção; um interesse pelo confronto entre o fato e a lenda sobre esse fato.
Além de ter se sofisticado como ator (o que nunca foi devidamente reconhecido), Clint tornou-se o mais clássico dos cineastas modernos – ou talvez o contrário. Um defensor ferrenho – perto ou longe das câmeras - dos antigos valores americanos, em particular uma fé absoluta no individualismo.
Mas o que pouca gente parece ter percebido é que, como diretor, Clint nunca deixou de ser o Homem Sem Nome ou Dirty Harry, construindo um estilo límpido e direto, sem palavras ou gestos desnecessários, sem chamar atenção para suas virtudes. Clint chega aos 80 ainda como um cavaleiro solitário, percorrendo lenta e silenciosamente o deserto do cinema hollywoodiano.
Fonte:iG
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